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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Até os 2 anos: o que os pequeninos devem comer?


Os 10 passos da alimentação saudável para crianças até 2 anos

Passo 1
 
Dar somente leite materno até os 6 meses de idade, sem oferecer chás, água ou quaisquer outros alimentos.

           Quando a amamentação exclusiva nos 6 primeiros meses de vida não é possível, deve-se oferecer fórmulas lácteas infantis indicadas para esta faixa etária. É importante diluir as formulações conforme as recomendações das embalagens para que a criança receba os nutrientes nas quantidades adequadas.  Nesta fase, mesmo quando a criança é alimentada por fórmulas lácteas, não se deve oferecer chás ou quaisquer outros alimentos. Pequenas quantidades de água tratada e filtrada podem ser oferecidas, principalmente se as fezes estiverem endurecidas.

Passo 2

A partir dos 6 meses oferecer de forma lenta e gradual outros tipos de alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de vida ou mais.

Nas condições em que não é possível oferecer o leite materno e a criança é amamentada por fórmulas infantis, a alimentação complementar deve ser iniciada também a partir dos 6 meses de vida e de forma lenta e gradual. Quando não é possível oferecer fórmulas infantis, o nutricionista deve ser consultado, pois as recomendações quanto ao leite de vaca e a alimentação complementar são diferentes.

Passo 3

A partir dos 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) 3 vezes ao dia se a criança receber leite materno e 5 vezes ao dia se a criança estiver desmamada.
 
Passo 4

A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.

Não deixe as crianças pularem nenhum tipo de refeição e nem os lanches. É necessário criar uma rotina alimentar, onde o seu filho sempre se alimente nas horas corretas. Não associe comidas a castigos ou recompensas, principalmente quando se trata das guloseimas.

Passo 5

A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência pastosa (papas, purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família.

É importante que, no início, os alimentos sejam bem amassados com o garfo. Não é preciso bater os alimentos no liquidificador e nem passá-los na peneira, pois se bem cozidos, as gengivas cortam e amassam os alimentos muito bem. Além disso, apenas amassando os alimentos com o garfo, a aceitação mais tarde por alimentos inteiros, picados e moídos é bem maior e mais fácil. É preciso saber e lembrar que quando os alimentos são introduzidos na dieta da criança pelas primeiras vezes, muitas vezes são arremessados para fora com a língua como se fossem rejeitados (protusão da língua). Essa atitude é comum e acontece com a maioria das crianças, principalmente as que não foram amamentadas ao seio, pois no começo elas estão ainda aprendendo como utilizar a língua para empurrar e deglutir os alimentos. Além disso, para que um alimento seja aceito pela criança é preciso oferecê-lo cerca de 10 vezes!

Passo 6

Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação bem colorida! 

Evitar o oferecimento de comidas industrializadas a criança. Incluir na alimentação do seu filho frutas, verduras, legumes, carnes, produtos lácteos, leguminosas (feijão, ervilha). Em toda dieta a variedade alimentar ajuda a alcançar as recomendações diárias de vitaminas e minerais. As vitaminas e minerais também estão relacionados às cores dos alimentos. Por isso, quanto mais colorida for a alimentação, ,ais rica em vitaminas e minerais ela será. Portanto, tanto as papinhas salgadas quanto as de fruta, devem ser bem coloridas. Sugestão: misture legumes de três cores diferentes sempre que for preparar as papinhas salgadas. É importante que não misture todos os tipos de legumes, pois senão as papinhas terão sempre o mesmo sabor, fazendo com que a criança enjoe da comida. Faça isso com as papinhas de frutas também, combinando sempre uma mais doce com uma mais ácida, para estimular o paladar e aceitação por vários tipos de fruta. Às vezes é interessante oferecer as frutas separadas, para que as crianças conheçam os variados sabores e aprendam a identificar e associar os sabores às respectivas frutas. Deve-se fazer o mesmo com os legumes. Assim, aumentam-se as chances das crianças não rejeitarem determinados alimentos quando crescerem! É importante ressaltar que muito dos hábitos alimentares formados na infância perduram por toda vida do indivíduo.

Passo 7

Estimular o consumo diário de frutas, legumes e verduras nas refeições.

Todos os alimentos devem ser oferecidos, mas é importante não oferecer sempre os mesmos, para que assim a criança conheça variados tipos e sabores de alimentos e não rejeitem principalmente os mais saudáveis quando crescerem. Peixes e carnes devem ser oferecidos também, desde que bem cozidos e que tenha ausência de ossos e espinhos. Mesmo que a criança não consiga engolir, o caldo destes alimentos é muito importante para a prevenção da anemia e desnutrição. Os ovos também podem ser consumidos pelos pequeninos, porém apenas a gema cozida. A clara de ovo é um alimento potencialmente alergênico para crianças menores de 1 ano. Outro alimento que não deve ser oferecido antes de completar 1 aninho é o mel, pois ele pode conter uma bactéria causadora do Botulismo Infantil, uma doença muitas vezes fatal. Alguns alimentos ricos em enxofre, um mineral formador de gases, pode aumentar as cólicas do bebê. São eles: cebola, alho, feijão, lentilha, brócolis, couve-flor, couve, arroz, trigo, amêndoas, aveia, castanha, leite e derivados, carnes, ovos e peixes. Por isso, estes alimentos devem ser cozidos e de preferência com a panela aberta, para que alguns nutrientes formadores de gases sejam exalados junto ao vapor. Porém, é preciso respeitar a individualidade de cada criança, pois alguns alimentos podem formar mais gases e aumentar as cólicas em uma criança, enquanto em outra nem tanto.

Passo 8

Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos, chips e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.

Uma alimentação saudável é necessária para o desenvolvimento do ser humano em todas as fases da sua vida não só na infância, porém é lá que os hábitos alimentares são formados relevando a importância de uma boa alimentação nessa fase. Muitos pais se preocupam com os filhos que não se alimentam bem; principalmente porque estes tendem a ficar mais doentes além de apresentar dificuldades no desenvolvimento físico e mental. Também não devemos incentivar as crianças a comerem muito mais do que é necessário, o equilíbrio na dieta é o segredo para uma boa qualidade de vida. Todos da casa devem aderir a uma boa alimentação. Não adianta você querer que o seu filho goste de frutas, verduras e legumes quando a própria família não incentiva esse consumo, pois a alimentação das crianças tende a absorver os hábitos alimentares propostos pelos pais.

Passo 9

Cuidar da higiene e no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.

Práticas alimentares de higiene dos alimentos complementares são um importante componente para a prevenção e redução da ocorrência das doenças diarréicas e suas conseqüentes repercussões negativas para o estado nutricional das crianças. É muito importante a higienização dos alimentos com bucha, sabão neutro e água corrente tratada. Mesmo as frutas e os legumes em que serão retiradas as cascas e os que passarão pelo processo de cozimento devem ser higienizados antes da utilização. As folhas e frutas, principalmente as consumidas cruas, devem ser higienizadas antes do consumo. Para isso, separe as folhas uma a uma e lave-as separadamente em água corrente eliminando as partes impróprias para o consumo. Em seguida, deixe as folhas de molho em 1 litro de água potável misturada com 1 colher (sopa) de água sanitária, durante 20 minutos. Após esta etapa as folhas podem ser enxaguadas em água filtrada. Faça isso também com as frutas, mas antes retire as partes impróprias para o consumo. Lavar as mãos antes de preparar e oferecer a alimentação para a criança também é um procedimentos indispensáveis. A sobra do prato não deve ser oferecida novamente, tão bem como a sobra da mamadeira. A mamadeira é o maior veículo de contaminação, aumentando o risco de infecções e diarréias. Apesar de ser uma medida de difícil adoção pelos pais, a higiene da cavidade bucal do bebê desde o nascimento. Para isso, utilize uma fralda de pano limpa umedecida em água filtrada ou fervida, com a finalidade de se criara hábitos de higienização. Além disso, as fórmulas lácteas deixam restos incrustados nas gengivas e dentinhos. Após cada refeição e uso de xaropes e outros medicamentos (que são adocicados) deve-se fazer a higienização das gengivas e dentes, independente do horário.

Passo 10

Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

            Utilizar a criatividade para preparar os alimentos é fundamental, principalmente no caso daquelas crianças que costumam rejeitar legumes e verduras. Incluir legumes na panqueca e no arroz, preparar saladas bem coloridas e rechear legumes são algumas formas de utilizar a criatividade a seu favor! As vitaminas com leite, frutas e fórmulas de farinha (farinha láctea, mucilon, leite em pó e outras) também são bem aceitas pelos pequeninos.


Atenção: a alimentação complementar pode ser iniciada no 4º ou 5º mês de vida para aquelas crianças que não são amamentadas ao seio, porém é preciso uma avaliação do médico pediatra e, principalmente, da nutricionista. A nutricionista vai avaliar a alimentação do bebê até a data (fazer a contagem de nutrientes que são ingeridos) e prescrever a necessidade nutricional, bem como os tipos de alimentos a serem introduzidos na dieta das fases de vida seguintes.

Cuidado!

O tamanho do estômago das crianças menores é de aproximadamente o tamanho da sua mãozinha quase fechada. O tecido muscular do estômago é elástico e, por isso, é prejudicial o fornecimento de quantidades exageradas de alimentos, principalmente junto a grandes volumes de líquidos. Uma vez essa musculatura relaxada, o compartimento do estômago ficará cada vez maior, necessitando de cada vez mais de grandes quantidades de alimentos para saciação. Respeite as quantidades recomendadas, pois senão pode-se contribuir para o surgimento da obesidade infantil!

Esquema para introdução dos alimentos complementares para crianças alimentadas por fórmulas lácteas


IDADE
TEXTURA E TIPOS DE ALIMENTOS
FREQUÊNCIA
QUANTIDADE DE CADA REFEIÇÃO
REFEIÇÕES/ALIMENTOS
5 meses
Papa pastosa, alimentos bem amassados
1 vezes ao dia
+
Alimentação láctea freqüente
(nos horários de costume)
Iniciar com 2 a 3 colheres (sopa), aumentando aos poucos

1 papa de Fruta
OU
1 fruta
 (raspada ou amassada)

(no horário de maior aceitação da criança – preferencialmente manhã ou tarde)
6 meses
Alimentos bem amassados
(legumes e caldos de carnes)
2 vezes ao dia
+
Alimentação láctea freqüente
frequente
Aumentar gradativamente até chegar a 2/3 de uma xícara (chá) ou copo de requeijão
equivale a um pouco mais de meia xícara ou copo
1 papa de Fruta
(manhã ou tarde)
+
1 papa salgada
(almoço)
7 e 8 meses
Alimentos amassados
(legumes e caldos de carnes)
4 vezes ao dia
+
Alimentação láctea freqüente

2/3 de uma xícara (chá) ou copo de requeijão
equivale a um pouco mais de meia xícara ou copo
1 papa de Fruta (manhã)
+
1 papa salgada (almoço)
+
1 fruta (tarde)
+
1 papa salgada (jantar)
9, 10 e 11 meses
Alimentos bem cortados ou amassados, se necessário (legumes,
arroz ou macarrão, feijão, carnes)
4 vezes ao dia
+
Alimentação láctea freqüente

3/4 de uma xícara (chá) ou copo de requeijão
– equivalente: faltando 1 dedo para completar a xícara ou copo
1 papa de Fruta (manhã)
+
1 papa salgada (almoço)
+
1 fruta (tarde)
+
1 papa salgada (jantar)
12 a 24 meses
Alimentos bem cortados, ou amassados se necessário (legumes,
arroz ou macarrão, feijão, carnes)
4 vezes ao dia
+
 Alimentação láctea
(máximo de 2 mamadeiras de 240 mL por dia)
1 xícara (chá) ou copo de requeijão
Leite
 (pode acrescentar cereais)
+
1 papa de Fruta (manhã)
+
1 papa salgada (almoço)
+
1 fruta (tarde)
+
1 papa salgada (jantar)
+
Leite
 (pode acrescentar cereais)

Orientações que devem ser respeitadas:

·         A partir do momento em que a criança se adaptar à alimentação complementar, deve-se oferecer no máximo 500 mL de leite por dia, ou seja, 2 mamadeiras de 240 mL!

·         Não adicionar açúcar às papinhas de fruta! Preferir acrescentar farinha láctea, Neston, Sucrilhos e cereais a base de milho e/ou arroz.

·         Não acrescentar açúcar aos sucos! Preferir dar mais diluído (fraco), mas se for inevitável, acrescente apenas 1 colher de chá de açúcar cristal em 100 mL de suco. Evite o açúcar refinado.

·         Não adicionar temperos prontos como Knorr, Sazon, coloral e anilinas comestíveis nas papinhas salgadas.
·         Oferecer sempre água, pois nesta fase é muito importante estimular este hábito.
·         Não oferecer leite após o almoço e jantar, pois são refeições ricas em ferro e o cálcio presente no leite compete com o ferro para ser absorvido!
·         Dar pequenas quantidades de suco de laranja (caldo de 1 laranja sem adicionar água ou açúcar) após o almoço e jantar. Prefira a laranja Serra d’água que é menos ácida. Isso ajuda na maior absorção do ferro presente nos alimentos.

O sucesso da alimentação complementar depende de muita paciência, afeto e suporte por parte da mãe e de todos os cuidadores da criança. Toda a família deve ser estimulada a contribuir positivamente nesta fase. A alimentação complementar permite maior interação do pai, dos avôs e avós, dos outros familiares, situação em que não só a criança aprende a comer, mas também toda a família aprende a cuidar. A criança precisa entender a alimentação como um ato prazeroso, o que evita, precocemente, o aparecimento de possíveis transtornos psíquicos e distúrbios nutricionais.

A alimentação complementar deve prover suficientes quantidades de água, energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos seguros, culturalmente aceitos, economicamente acessíveis e que sejam agradáveis à criança.

As práticas alimentares no primeiro ano de vida constituem marco importante na formação dos hábitos alimentares da criança.

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